segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Quando comprar é uma doença


Bom dia meninas!!

Hoje eu trouxe uma matéria que retirei da Veja, a mídia pelo visto vai tratar novamente desse assunto na novela das nove.
E eu já me senti assim, comprando coisas por comprar. Coisas que nunca usei... isso já faz tempo, mas confesso que é muito ruim !!
Graças a minha mãe que me ajudou muito, na época eu nem namorava ainda eu percebi a tempo o mal que estava causando a mim mesma.

Então amiga se você tem coisas no seu armário com etiqueta e que nem lembra que comprou te convido a ler a matéria abaixo:


Comprar, comprar e comprar
Gastos compulsivos podem ser uma doença
que afeta entre 2% e 8% das pessoas.
De cada cinco pacientes, quatro são mulheres

Gisela Sekeff

Fotos Lailson Santos
A decoradora Lygia Camargo: mentiras para justificar o tempo olhando vitrines

A dona-de-casa Silvia Bonfiglioli, de 42 anos, tem mais de 130 pares de sapatos – contando só os italianos – e gavetas e gavetas repletas de produtos de maquiagem. Não satisfeita, vai ao shopping center mais sofisticado de São Paulo todos os dias e nunca sai de lá sem uma sacola na mão, geralmente com sapato e maquiagem dentro. É conhecida na área como "A rainha do Iguatemi". "Lá é minha segunda casa", afirma. Há pouco tempo, o marido cancelou seus cartões de crédito e talões de cheques. Mas ela se vira. "Tenho crédito na maioria das lojas. Não volto para casa sem uma comprinha", conta Silvia, que tem sabidamente um problema patológico. Ela sofre do que os psiquiatras chamam de oneomania, um transtorno descrito como doença na década passada. "A pessoa é incapaz de controlar o impulso de comprar", resume Tatiana Filomensky, psicóloga especialista em terapias cognitivas. Estima-se que entre 2% e 8% da população mundial sofra desse mal, que coloca em risco não só a conta bancária mas também a estabilidade familiar. Quatro em cada cinco viciados em compras – ou shopaholics, como se convencionou chamá-los nos Estados Unidos e aqui – são mulheres.
Assim como o álcool, a nicotina e a cocaína, o ato de comprar dá prazer e, por isso, pode viciar. Silvia faz terapia há doze anos e toma antidepressivos para controlar o consumo compulsivo. Como outros shopaholics, ela compra muito, mas nunca se sente saciada. O que excita é o ato de comprar, e não o objeto comprado. "A pessoa tem vontade de adquirir, não de possuir. Compra para aliviar a ansiedade", afirma a psiquiatra Kátia Oddone Del Porto, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "Muitas vezes, basta sair da loja para se sentir arrependida e culpada." Outra característica típica do consumidor compulsivo é comprar sempre um determinado tipo de objeto, mesmo sem ter a idéia de colecionar. Em alguns casos, o doente até esquece que andou comprando freneticamente, como um alcoólatra que, na ressaca, não se lembra do que fez no dia anterior. Rosana Salvoni, gerente de uma loja Rosa Chá, conta que, há dois anos, uma cliente adquiriu seis biquínis de uma vez. Pagou mais de 2 000 reais e pediu que a vendedora guardasse a sacola enquanto ia cortar o cabelo – e nunca mais apareceu no estabelecimento. "Sua sacola está até hoje guardada", diz a gerente. Esquecer ou esconder a compra é um mecanismo recorrente usado pelos compulsivos para não encarar o problema.

A vendedora Isis de Almeida: gastadora recuperada
A pessoa que não consegue se controlar dentro de uma loja, em geral, tem outros problemas psicológicos, como ansiedade e pouca auto-estima. Entre 60% e 70% das mulheres com compulsão por compras apresentam sintomas depressivos. O tratamento pode ser terapia e antidepressivos, ou a combinação das duas coisas. Pesquisadores da Universidade Stanford, na Califórnia, deram antidepressivo durante sete semanas a 24 pacientes com o problema. A maioria era compulsiva havia pelo menos dez anos e sofria pessoal ou financeiramente por causa do problema. Um deles possuía 55 máquinas fotográficas. O remédio reduziu a compulsão em dois terços dos pacientes. A maior dificuldade do tratamento é que, em geral, ele começa tarde. Em média, demora dez anos para uma pessoa perceber que seu comportamento pode ser doentio. A decoradora Lygia Camargo, 26 anos, é incapaz de sair para comprar qualquer coisa e não voltar com várias sacolas. Ela esconde do namorado suas aquisições, tem mania de trocar o que compra e comete excessos como levar duas bolsas Louis Vuitton de uma só vez. "Sinto vergonha de sair da loja sem uma sacola e nunca pergunto o preço", conta. "Já até pensei em procurar terapia, mas acaba faltando tempo", diz a moça, que muitas vezes chega atrasada a compromissos porque fica olhando vitrines ou comprando. "Nesses casos digo sempre que me atrasei no médico." A vendedora paulista Isis de Almeida, 22, identifica rapidamente uma compradora compulsiva e sabe o que fazer para fisgar o cartão de crédito. "Eu já fui compulsiva, já gastei 10 000 reais num dia e precisei pegar empréstimo no banco para pagar os juros do cartão. Hoje não gasto mais do que posso pagar e falo para as minhas clientes o que eu adorava ouvir quando eu era a cliente", diz.
 
"Estourei três cartões e quase não me caso"
"Na primeira vez em que fui à Europa com meu marido, estourei o limite de três cartões de crédito, algo como 25000 dólares. Éramos namorados e por causa disso quase não nos casamos. Hoje, não tenho mais cartão, celular nem talão de cheques, porque sei que não consigo me controlar. Já recebi inúmeras cartas de advogados com alertas como 'entre em contato em 48 horas' e acordei com telefonemas ameaçadores de cobradores. Sou uma devedora compulsiva, mas não sinto culpa. Não sou deprimida e nunca pensei em me matar por causa das dívidas. Mas quase perdi meu marido e briguei com minha família. Até que decidi resolver o problema com os instrumentos que tinha: meu salário e informação. Por ironia do destino, eu me especializei em jornalismo financeiro. Sempre repito: se até eu consegui, qualquer um consegue. Nunca compro logo que vejo o que quero e adotei a prática do pague a você primeiro: uma fatia dos meus rendimentos vai religiosamente para minha aplicação financeira."
Mara Luquet é jornalista. Atualmente é colunista de finanças do jornal Valor Econômico, da rádio CBN e da TV Cultura. Escreveu o livro Tristezas Não Pagam Dívidas (Editora Letras & Lucros), em que conta o drama de ser uma compradora compulsiva e ensina como colocar as contas em dia

Beijos !!!


3 comentários:

  1. Graças a Deus não tenho essa doença se não estava literalmente feradaaaaaaaaa sem dinheiro e comprado tudo que ver na frente af ia dever até a calcinha kkk,mais tenho a doença da limpeza, que se você pode fazer um post seria legal.Boa semana

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  2. Oi Oi ! adorei seu blog ! haha voltarei sempre ♥
    se quizer me dar sua visitinha lá e seguir tbm ,fique a vontade .rsrs tão lindo aqui ♥ parabens < 3 boa tarde flor.


    http://ilovestarandbooks.blogspot.com

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